J de João

Olá, o meu nome é João e confesso que este é o primeiro post que faço num blog, tenho o prazer de ser no blog da minha banda e de ajudar o Ricardo nesta sua cruzada da informação aos nossos fãs ou simples curiosos. Eu integro o colectivo Houdini Blues na qualidade de “homem das máquinas”. Não me considero, no entanto, um maquinista mas uma carruagem de passageiros que deseja transportar-vos a todos quantos ouvirem o nosso novo disco para terras distantes, talvez, entre o Alentejo e Ibiza. O nome do disco tem como referência o documentário(?) F-for fake (1973) de Orson Wells que aconselho vivamente o seu visionamento principalmente àqueles que se interessam por estas coisas das (t)artes.
Este álbum que compusemos em conjunto e ao longo de alguns meses atravessou momentos decisivos das nossas vidas, momentos esses que estão cravados a 0 (zeros) e 1 (uns) na face do CD e que são um testemunho do nosso amadurecimento enquanto músicos, artistas e pessoas. Ao olhar para trás recordo o primeiro dia que entrei na sala de ensaios dos houdini e hoje, dez anos volvidos, continuo a sentir o mesmo fervilhar nos dedos cada vez que lá entro. Isto da arte estar indissociável da vida não são só teorias pós-modernas, pelo menos para nós que fazemos um álbum como F de Falso, tão depressa referenciado nos icons da pop como resgatado de lá por garras que nos introduzem directamente nas profundezas dos nossos medos, no limite entre o bem e o mal. Criar e mostrar implica uma exposição perigosa e excitante de nós enquanto pessoas e cidadãos de uma polis que nos reconhece, nos acarinha ou renuncia a seu belo prazer, quanto a mim foi certamente um prazer passar dos 16 aos 25 anos na companhia daqueles magos escapistas em delírio com os quais aprendi através de sucessões de acordes, notas, precurtidos e palavras. Estou ao vosso dispor hoje e sempre.

João