quarta-feira, junho 27, 2007

Neverending Story

Eis-me, de novo, em querelas peganhentas com as palavras. Não me entendo com elas, nem elas parecem reconhecer o seu lugar na formatura, quando, diante de mim, marcham.
Ainda me lembro daquela noite. Acho que nunca me esqueceria, mesmo que tentasse.
Aconteceu no dia 8 de Junho, sexta-feira. Já depois de um dia de trabalho (day job), montámos o sistema e os instrumentos, com a (enorme) ajuda do Yoann, e ainda deu para dar um toque...

Claro que refiro, também, o Sr. Fernando, o técnico responsável pelo equipamento e seu funcionamento até às 06:00 da manhã(!), pelo seu profissionalismo e simpatia.

Como terminou? Perto da catástrofe. Os deuses estariam irados, mas algo terá apaziguado a sua ira. Já lá vamos...

Foi muito agradável, o local, uns antigos celeiros (sobejamente familiar a muito boa gente de Évora) onde o tempo passa de forma diferente e tudo parece mais fácil e distante, é sempre boa onda.

O teste de som lá acabou por volta das 23:00 (pigarro), e depois de uma ceia com máscara de jantar, tocámos. Acho que bem...

Nestes momentos passa tudo muito depressa. Como se o tempo, depois de agitar a sua língua bifurcada, mordesse a sua própria cauda, desdobrando-se e encolhendo-se, até que horas depois, quando a adrenalina, finalmente, se reduz a níveis aceitáveis, chegamos a duvidar se foi realidade ou arrebatadora imaginação.

SoundLeaf tocaram de forma a só se poder dizer boas coisas deles.

Lótus Mecânica, que já despertou o interesse no Jardim Público, em Março, pareceram gostar do espaço mais envolvente e íntimo e deram-se muito bem. Os gaiatos também gostaram, como demonstrou o headbanging dos jovens, que hoje em dia não têm curfew.

Como eu tinha cedido a bateria para o serão, foi esperar. E o tempo encolhia.

Apesar do raspanete no trabalho, é bom fazer isto.

Depois das actuações, de alguma maneira se entendeu fazer uma jam...

Foi aí. Terei coragem? Serei capaz de dizê-lo?

O mundo terminaria ali, se não fosse a intervenção divina. Enquanto tirava a foto, esperava, a qualquer momento, que as placas tectónicas se afastassem debaixo dos meus pés, e descobrisse, numa gargalhada grave e etérea, que existia, afinal, um inferno e tudo isto era congeminado desde lá!

No meio do caos, o Vencislau, personagem peculiar, fez um strip, que não teve, felizmente, consequências graves e permanentes em toda a Humanidade e no próprio planeta (que, certamente, no mímimo, sairía da órbita), pois não foi além do prenúncio da desgraça!
Para terminar, "em verdade vos digo", que existe, perto do Bairro das Pites um arbusto hostil. De forma subversiva, rasteirou o Yoann, que caiu. Mas levou um pontapé, o canalha, cobarde, meliante.
João Pedro

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